Horizonte Perdido

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nanquim s/ papel

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

HISTORIAS DA LEDINHA (o livro)

Leda. Ledinha.

Abril de 1954,
Fazenda Curutuba,
Minas Gerais...
Leda. Ledinha.
Foi uma festa quando nasceu
(me contaram...)

Quem se alegrou com sua chegada?
Tão linda, tão delicada,
Era todo cuidado da mamãe.
No berço, dormindo, quietinha,
A toda hora papai ia ver
– será que está mesmo dormindo?
Tiveram que cerrar o berço!
Pois grudada queria ficar com os pais.
Não havia muitos brinquedos
E lá se foram as louças da mamãe!
Bem cedinho, pequenina ainda
Com papai ia para o curral
E dentro de uma velha charrete
Ficava a olhar o leite das vacas
Esguichar para dentro dos baldes.
E quando o pai não podia levá-la
Ah! Tinha que sair escondido.
Gostava mesmo era de andar a cavalo,
O pai na frente e ela na garupa
(de prosa com seu Tino!)
 – Eram muito amigos.
Levando os latões de leite no ponto do caminhão
Uma vez caiu do cavalo, nada demais:
Só um pedregulho cravado na testa.
Já mais crescida, montava sozinha
E buscava as vacas de tarde nos pastos
Para apartá-las nos currais.

Brincar com o cachorro Pagé,
Ou de boneca, ou brincar de fazendinha,
Currais de pauzinhos para os animais,
Vacas de laranjas verdes com pernas de pau,
Balanço de cordas nos galhos da mangueira,
Andar no meio do cafezal,
Correr atrás das galinhas,
Chupar frutas no pomar,
Uma dúzia de mexericas ou de laranjas,
Assaltar o pé de goiaba e subir no abacateiro,
Catar caquinhos de louça no quintal,
  Caçar borboletas pelos campos,
    Esconder no meio do capim,
      Pular nas pedras do riacho,
        Sentir o cheiro dos eucaliptos,
          Escutar o trinado dos pássaros,
            Contar estrelas na imensidão da noite,
              Pegar faíscas de luz voando, vaga-lumes,
                Olhar a lua cheia iluminando tudo,
    Ouvir os barulhos da noite e o silêncio do dia...

domingo, 1 de junho de 2014

Síndrome da insensatez humana


Maria Tereza Pereira

O mal não é mais uma abstração, é a realidade.
Tudo se multiplica neste poema-diagnóstico,
Traçando etcéteras de mazelas infindas:
Caminhos equivocados, a desconstrução do homem
No desvio, no extravio, na cegueira do mundo.

O homem no mundo da indigência espiritual,
da penumbra da inconsciência, das trevas da ignorância,
dos desenfreios do instinto, da atrofia da inteligência,
dos sentimentos medíocres, das paixões inferiores,
dos pensamentos destrutivos, das idéias estranhas,
do desconhecimento de si mesmo, da loucura,
da mente acostumada a não pensar, a tirania da submissão,
das almas penadas, dos erros acumulados,
das amarras psicológicas, das perguntas sem respostas,
da falta de alegria, do coração acostumado a sofrer,
da insensibilidade, da falsa liberdade, do temor instalado,
da mentira e do embuste, da subversão dos valores humanos,
do aniquilamento da moral, dos escândalos do poder,
dos negócios em nome de Deus, da fé explorada,
das promessas, das culpas, do pecado, das tradições,
das lendas acreditadas, das deformidades conceituais,
do descanso eterno, da inércia, dos moldes mentais,
do céu e do inferno, de anjos e diabos, do fogo eterno,
dos velhos hábitos, dos inúteis, dos trajes suntuosos,
do perdão que vicia, do estímulo à corrupção,
das segundas, das terceiras e quartas intenções,
da falta de sentido, das incompreensões, da razão imposta,
das cômodas posturas, das justificativas casuais,
do afeto que falta, da falta de tempo, e o egoísmo que sobra,
dos deserdados do amor, da dissolução da família,
da infância negada, do desamparo da juventude,
da desconfiança, da falta de amigos, da intolerância,
das guerras encomendadas, das torturas humanas,
da violência gratuita, das palavras mal ditas, das discussões,
das relações não resolvidas, das verdades escondidas,
da culpa do outro, a incapacidade de reconhecer o erro,
da memória contaminada pelas inutilidades,
das conversas fúteis, das conjecturas vazias,
do materialismo, das conveniências sociais,
dos diques da indiferença, da hipocrisia, de ser bonzinho,
da exaltação dos sentidos físicos, dos desejos insanos,
do circunstancial efêmero, do culto das aparências,
da beleza obrigatória, de ser jovem a qualquer custo,
do consumismo, dos excessos da vida idealizada,
dos vícios modernos, do frenesi da distração,
do stress, da rotina dos compromissos inadiáveis,
da sedução dos artifícios, dos engodos publicitários,
dos efeitos deslumbrantes, da anestesia das drogas,
dos sonhos descabelados, dos chistes maliciosos,
das personalidades, celebridades, a indiscrição estampada,
da perda da intimidade, da penhora sem resgate da honra,
das atrocidades civilizadas, dos genocídios e demais,
do horror das perseguições, dos crimes e infâmias,
das ideologias sem lógica, dos regimes seculares,
das esquisitices artísticas, da diletância sem nexo,
das armadilhas filosóficas, do negócio rentável da auto-ajuda,
da pressão cultural, os pacotes para imbecilizar,
das oposições gratuitas, da demagogia, das leis deturpadas,
da falta de ordem, da injustiça, dos heróis dissimulados,
da impunidade de uns e escravidão de outros,
dos erros legais, da paz negociável, do respeito a pancadas,
dos preconceitos sociais, raciais, religiosos, e demais,
dos conflitos entre irmãos, dos vencedores que ditam a história,
das experiências desaproveitadas, da falta de esperança,
do tempo consumido para corrigir erros humanos,
das questões repisadas, dos acontecimentos óbvios,
das realidades customizadas, das liberalidades,
das retrospectivas dos dias, de insípidas recordações,
da educação negligenciada, do homem de joelhos,
da redenção terceirizada, da vida sem horizontes,
do reinado da mente inferior, do império da dúvida,...

Por que se preocupar se um dia a vida acaba mesmo?
Eu vejo o mundo, somos mentes enfermas, parece incurável.
A insensatez do mundo também é minha, vivo e convivo com ela.
Por que essa agonia? Posso começar, limpar dentro, criar um novo ser...
Têm algo bom dentro de mim. Sinto um despertar, algo parece denunciar...
É, tem algo bom dentro de mim, há uma esperança, posso renascer...
É isso! A vida não acaba, não acaba...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

PALAVRAS SÃO MAIS QUE PALAVRAS


por Matê Pereira

Pelas palavras o homem derroca suas energias e materializa o mal.
Palavras vãs, inúteis, impuras, desnecessárias, indiscretas
Volúveis, falsas, indiferentes, intolerantes, egoístas
Irresponsáveis, burlam, contrariam, absorvem, separam
Ásperas, machucam, ferem, consomem, violentam
Imposturas para a mente, mentiras, embustes e grilhões
Obstruem o coração, dilaceram a alma, silenciam o espírito.

Pelas palavras o homem acumula suas energias e constrói o bem.
Palavras oportunas, úteis, puras, necessárias, discretas
Vigorosas, verdadeiras, cordiais, tolerantes, altruístas
Prudentes, atendem, liberam, constroem, irmanam
Sensíveis, curam, alentam, confortam, renovam
Luz para a inteligência, seguras, cheias de vida e de tempo
Aliviam o coração, tonificam a alma, fortalecem o espírito.

Palavras plenas de afeto, que advertem, ensinam, despertam
Que aconselham com sabedoria, orientam, iluminam
Penetram pletóricas de força e de estímulos positivos
Claras, singelas, firmes, impregnadas de amor e paciência.

Algumas quase impronunciáveis... que comovem, vinculam
Brotam de dentro da alma, sinceras, ternas, simpáticas
Que dão brilho ao olhar, tornam doce e alegre a fisionomia
Expressão do mais nobre, belo e puro da essência humana.

Outras há tão humanas! De valorada estirpe e rico conteúdo
Feitas de compaixão e doçura, preenchidas de compreensão
Fecundadas nas lutas da vida, forjadas no crisol da consciência
Oferecem a reciprocidade no respeito, na confiança, em tudo...

Também podem guardar mistérios, se apresentam como enigmas indecifráveis
Existência, Deus, Criação, homem, espírito, imortalidade, destino, tempo,...
Arcanos da vida universal, fazem vibrar a sensibilidade e atiçam a inteligência
Em busca de outras que, com paciência e zelo, guardam as respostas.

Grandes ou pequenas, palavras há que abrigam os grandes conceitos
Fé, paz, bem, amor, vida, verdade, liberdade, felicidade, humanidade,...
Falam ao entendimento do incomensurável, de altas concepções
Que aplainam os caminhos dos que os acolhem e a eles se consagram.

Palavras também se oferecem para substanciar virtudes de elevado quilate
Bondade, candura, tolerância, caridade, humildade, lealdade, constância,...
Valores que impressionam pela beleza, nos convidam à reflexão serena
E traduzem a eternidade perene na herança do próprio homem.

Outras conduzem o calor de nobres sentimentos e se aninham no coração
Afeto, perdão, alegria, esperança, amizade, gratidão, generosidade,...
Quando penetram fazem florescer as formosas flores da correspondência
Falam-nos de expansão, de vinculação entre os seres, união e solidariedade.

Há as que buscam a companhia de outras afins com seu elevado objetivo
Superação, conhecimento, evolução, aperfeiçoamento, colaboração,...
Procuram rodear-se das que lutam para transcender as limitações comuns
E são confirmadas na realidade pela conduta dos que as realizam.

Por estas palavras o homem acumula suas energias e constrói o bem.
Palavras que quando só se revestem dos matizes da verdade e do bem
Libertam a alma dos grilhões das imposturas e da ignorância
E servem ao reclamo íntimo do homem por ser livre e feliz.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

A geração de hoje, educação, felicidade e frustração

E-mail: elianebrum@uol.com.br Twitter: @brumelianebrum

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.
Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.
Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.
Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?
Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.
Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.
Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.
A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.
Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.
Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.
Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.
Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.
O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.
Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.
Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.
Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo –ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.
Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011